O Mercado Editorial no Brasil por Adriana Janaína Poeta, pseudônimo de Adriana Janaína Alves de Oliveira/ https://www.facebook.com/adrianajanainapoeta Tel.:(21)3492-9067

Faço, neste momento, uma análise, pessoal, do Mercado Editorial, no Brasil atual.
Sou escritora, além de jornalista e editora. Escrevo desde muito cedo (09 anos de idade). Faço também as minhas crônicas e conjecturas do cotidiano, como cidadã e profissional liberal.
Não cursei faculdade de jornalismo, tudo o que sei, aprendi com a vida, na prática.
Em 2004, fundei o Clube de Leitura dos Poetas, após um sonho que eu tive, onde publico meus textos e poemas, divulgo Literatura, Artes, Autores, reflito.
Me fiz editora, descobri, percebi, desde que publiquei o meu primeiro livro, um estudo pessoal sobre o oráculo I Ching e a filosofia milenar do Tao, nos anos 90, numa Editora.
Além do texto, fiz a Apresentação, Introdução, Anotações de rodapé, o Resumo sobre o I Ching, depois sobre O Tao, antes de iniciar o tema. Reuni os dois, na linguagem mais simples que foi possível. Organizei em capítulos. Tudo o que está na contracapa e no miolo, do início ao fim, foi fruto do meu labor.
A Editora e Editor, sou grata, pela oportunidade de publicar o livro, e descobrir que poderia ir além.
Na época, o Editor pediu apenas 3 ou 5 páginas sobre o I Ching, para que o livro, caso fosse aprovado, fizesse parte de uma Coleção existente na grade, até o término do contrato. O prazo, uma semana, para entrega de 3 ou 5 páginas.
Entreguei o livro todo pronto, em menos de duas semanas, organizado, datilografado (eu ainda não tinha computador), registrado no Cartório de Direitos Autorais (EDA/BN). Não apenas sobre o I Ching, mas sobre O I Ching e o Tao.
Para mim, mais do que um desafio, foi um presente. Era a Editora preferida da minha falecida mãe. Então, quando mais tarde, o livro saiu da Coleção, entrei em contato, por escrito, agradeci, informei que não desejava, que dali por diante, fosse publicado novamente na Editora, ou renovar o contrato, já vencido e cumprido.
Afinal, eu já embalava nos meus braços o meu Clube de Leitura dos Poetas. Esse rebento deveria ir morar na Editora que eu criava.
Enfim, muita coisa mudou, de 1994 para cá. O Brasil foi sacudido, de todas as formas. O Mercado Editorial também.
A Internet abriu olhos, portas e janelas para os Autores e Editores independentes. Os Leitores brasileiros também despertaram, só que nem todos perceberam.
Após anos do boom nas grandes Editoras, este multifacetado panteão de Autores nacionais, essa quase homogeneidade nas Livrarias, e não digo isso com desdém, mais como observadora e profissional interessada, o Mercado está inchado, saturado, e os Leitores, além de financeiramente desfavorecidos, cansados, por causa da crise nacional, e também, pela farta publicação e supervalorização de qualquer publicação/Autor, independente da qualidade, conteúdo.
Eventos grandes, de conhecido prestígio, já não arrastam as multidões e atingem os valores monetários de antes.
Perdão pela franqueza com que discorro, mas a importância do tema, exige de mim que eu seja direta. Serei. Respeito as opiniões em contrário. Se doer, pare de ler.
Os eventos esvaziaram, é fato, mas os Leitores, ainda existem, ávidos por Literatura de qualidade, como traças famintas, virtuais ou adictas do papel impresso. Ó fome, essa que a Leitura desperta. Ó fome, que nunca cessa, apenas aumenta...
Sei disso, porque leio e escrevo como um elefante, desde os meus 09 anos de idade. E antes disso, eram os gibis. Devo avisar, para os que chegarem agora: não tem cura...
Existe uma crise econômica, no Brasil, relacionada a Política e outros fatores conhecidos.
O país tem febre alta, já mediram. Espera apenas o elixir para a cura, ou o início do longo tratamento.
Existe, paralelo, e de mãos dadas com a crise financeira nacional, a crise Editorial, e não por falta de Leitores. É preciso reconhecer, dizer isso em voz alta. Assim poderemos encontrar soluções.
Eu, do alta da minha insignificância, penso que, passará, mas é exatamente o momento de reavaliar e fazer mudanças importantes.
No entanto, Escritores e Editores, Editoras e Livreiros, neste momento crucial, devem analisar, fria e apuradamente, os novos rumos que nós, como parte integrante do processo, devemos seguir.
O Leitor brasileiro é exigente, como os Leitores na França, EUA, Argentina, Espanha, etc. Não importa o idioma, Leitores são Leitores. Tenha isso sempre em mente.
A Literatura é uma paixão, mas também um produto. O detalhe, o essencial, é que seja um produto de qualidade.
O Leitor, dificilmente, exceto familiares ou amigos próximos, irá abrir a carteira novamente para adquirir o que não presta. Afinal, poderia ir ao cinema, comprar pipoca, beber um bom vinho ou cerveja. Não se engane, na fração de segundo em que o consumidor é convidado pela propaganda, vitrine ou prateleira, a investir o seu dinheiro na publicação alheia, vai pensar em tudo isso.
Passamos por tempos nebulosos, no Brasil, mas tempos assim suscitam melhores.
As Editoras, Editores, Livrarias, os Eventos Literários, os Escritores, precisam corrigir rumos. Fórmulas anteriores, não bastam.
Os Leitores querem novidades, não adianta empurrar capas e títulos, porque livros precisam de conteúdo. Autores precisam ser Autores, de fato, não modelos, embora beleza ajude.
O Autor precisa ser de verdade, pois quem é, se funde com a sua obra. Não dá para disfarçar. Tudo o mais é entediante, tira o tesão do consumidor. Não esqueça, Leitores são consumidores também.
A Literatura, genuína, é um açúcar viciante e necessário. Portanto, por favor, que as ideologias, não roubem dos Eventos e Publicações Literárias, o tempo, precioso e sagrado, dos Leitores e Profissionais envolvidos,
Não entulhe as Livrarias com mil títulos, destituídos de almas. Sei que, algumas pessoas, precisam escrever para autoconhecimento, trabalhar emoções, mas existem Autores, novos e antigos, que têm algo mais para dizer. E Leitores que desejam ouvir. Livreiros e Editoras ganham com isso.
Precisamos redescobrir a nós mesmos, na Política Nacional, Economia, relações pessoais, porque a corrupção desenfreada, influenciou núcleos importantes na Sociedade.
O papel da Literatura é imenso.
Escrever é bom. Para mim, é como estar no céu. Tudo mais desaparece.
Publicar é levar em conta que, não basta escrever. Não basta escolher um bom título, a melhor capa. O miolo do pão precisa ser de qualidade. O Autor tem que ser.
Não apenas um Autor de palavras, mas um conhecedor de almas. Precisa, ainda que na ficção, se doar na obra. Ser capaz de fazer o Leitor ouvi~lo respirar na frase, andar de um lado para o outro, no tormento ou na beatitude do ato de escrever.
Existem vários tipos de Literatura, e não apenas os gêneros, fáceis de identificar.
A Literatura pode ser, grosseiramente, dividida em rios, vertentes. Literatura para encher páginas, para dizer realmente algo (transformadora), esta última, ficará. Não tem como copiar. Encanta.
Quantos escreviam no tempo de Shakespeare? Mas, dele lembramos, e será assim, daqui a 100, 200 anos. São raros. Luzes no mundo.
Não digo que apenas os raros devam ser publicados, ouvidos, lidos, divulgados, mas que algum critério deve ser observado na hora de incluir em Catálogos, em grande quantidade, nas prateleiras, em Festivais. Existem autores que são presentes para o mundo, e enriquecem o Mercado Editorial brasileiro.
O Editor deve garimpar talentos. Precisa amar ler, ter disposição para também aprender, olhar atentamente, enxergar o Autor. Precisa ser feito.
Os Leitores esperam das Editoras e Editores, entidades distintas, na maioria das vezes, não se engane, além de Festivais, Eventos, que possam encontrar Literatura nas publicações.
(O Mercado Editorial no Brasil por Adriana Janaína Poeta, pseudônimo de Adriana Janaína Alves de Oliveira/ 26.11.2018)
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