Janela aberta por Adriana Janaína Poeta, 2008

Eu saí e deixei
a janela aberta.
Entrou o sol,
o vento,
a chuva mansa.

Colibris e pardais
vieram cantar
junto as folhagens,
e deixaram um rastro
de sementes
e pequenos passos.

Eu apenas
esqueci a janela aberta.
O canto dos pássaros
invadiu a minha casa,
e até uma joaninha,
hoje em dia tão rara,
se aninhou na soleira
da porta...

Bem-vindo seja o vento
que derrubou panelas
e copos,
a chuva fina
que insistente,
molhou o chão.

Bem-vindo o sol,
que secou as lágrimas
da chuva,
e nos seus raios
trouxe os pássaros
e a joaninha.

Talvez, se eu lembrasse
de manter a janela
sempre trancada,
meus amigos,
o vento,
a chuva,
o sol,
os pássaros
e a joaninha,
não pudessem entrar.

Ainda bem,
a janela estava aberta.
(Janela aberta por  Adriana Janaína Poeta,
2008)

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