O novo mundo por Adriana Janaína Poeta/ In Caderno para compor/ Clube de Leitura dos Poetas

Quem escreve vai deixando rastros de conversas, sonhos, encontros, ideias.
A  memória cria raízes, na maioria das vezes, imperceptíveis.
Somos, neste instante, o resultado de tantas coisas, mas a totalidade nem sempre reflete o ser luminoso embaixo das lembranças.
Quem se destaca, sem fazer força, por ser, simplesmente, lúcido, tem essa luz, acima do amontoado. Não é raro que atraia sobre si as mariposas.
O mundo vive uma derradeira troca de eras. Passamos, como humanidade, por muitas mudanças. A maioria ainda está perdida, e quase nunca, procurando ser quem é de verdade.
Foram apresentados rótulos. Desfilaram em elegantes cabides, trajes espalhafatosos. Sugeriram que teríamos que nos encaixar em fórmulas, ser iguais, para sermos aceitos.
- Esse é o certo. É isso que dá certo. Você tem que ser assim, agir desta forma...
Não foi dito, mas estava implícito.
E quem jamais vestiu o traje espacial que levava a ser ninguém, tentando ser alguém estranho a nós mesmos, percebia que, mesmo que fosse preciso ir contra  a maré, o preço não seria alto.
Sempre vale a pena ser de verdade.
Sempre vale a pena ser quem realmente somos.
Ninguém pode ser igual, nunca. Isso sim, não seria normal.
Ninguém pode fingir ser quem somos, jamais.
Mesmo imperfeitos, somos fascinantes nas diferenças, sempre. Isso significa ser humano, criados à semelhança do que é divino.
Passamos a esquina, e estamos no limite da transição. Quem for adiante, vai ter que ser de verdade, sem mentiras, sem rótulos. Nem todos estão atentos a isso, mas será assim.
No mundo novo, só haverá lugar para a verdade, ser de verdade fará parte.
Para muitos, será impossível. As raízes do engano estão muito profundas, e eles estarão arraigados a elas, mantendo, porque assim querem, os olhos fechados.
Outros, indecisos, acharão difícil, duvidarão um tanto, mas estes ainda têm chance.
Por fim, a pequena leva em sintonia com a nova realidade, estará confortável. Afinal, não terá necessidade de fazer nada, apenas continuar a serem lúcidos, sendo quem são, de fato.
Não existe o novo Homem, e sim o Novo Mundo.
(O novo mundo por Adriana Janaína Poeta/ In Caderno para compor/ Clube de Leitura dos Poetas)











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