Guerra e paz por Adriana Janaína Poeta/ Clube de Leitura dos Poetas

Um anjo me contou
sobre o amor,
lá onde o mar
açoita as rochas,
lá onde o vento
canta e lamenta.
Um anjo de olhar distante
estendeu a mão,
e caminhei ao seu lado...

O anjo, as vezes,
mergulhava no silêncio
e era um silêncio
tão profundo,
que as gaivotas voavam lentamente,
carregando nas suas asas
toda a dor do mundo.
O silêncio dos anjos
é um abismo no tempo.

Eu observava os seus passos.
O seu olhar de céu,
onde repousava a fúria.
Ouvia a sua voz segura.
No céu,  todo anjo experimenta,

em segredo,
o desejo de se sentir humano,
pelo menos uma vez.

O anjo sorria, as vezes.
Feito o raio de luz
que escapava do sol.
Seu olhar
era espada afiada.
A sua presença
uma estrela na noite.
A sua força
uma fonte inesgotável de poder.

Eu caminhei ao seu lado.
Ouvi o que sabia
sobre o amor.
Mirei o anjo,
com meus olhos de noite,
e contei o que,
no mundo, se passava,
revelando o que sentia,
quem humano respirava.

O anjo caminhava ao meu lado.
Ouvia atentamente,
e por vezes ,
deixava escapar um sorriso.
As vezes chorava...
Lágrimas perfumadas de nuvem.
Pétalas que o céu derramava.

Um anjo é feito de amor,
de guerra e de dúvida,
de estrela e de esfera.
Um anjo é parte do mundo,
a parte divina usada para criá-lo.

Eu vi o anjo,
naquela noite na praia.
Entregue aos seus pensamentos,
o deixei.
O anjo de olhos de paz e de fúria,
feito de galáxias e eras.
Um anjo diferente das pinturas.
(Guerra e paz por Adriana Janaína Poeta)
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